A semente

A Copa Conmebol Libertadores, como é conhecida atualmente, é sem dúvida o maior e mais importante campeonato a nível de clubes das Américas. Além do título mais cobiçado pelas equipes sul-americanas, e a premiação em dinheiro, o campeão ainda garante um lugar Mundial de Clubes da FIFA.

Más a ideia de um torneio continental que reunisse os campeões de cada país, remonta a quase 80 anos atrás, na década de 1940, quando os chilenos Luis Valenzuela e o presidente do Colo-Colo, Robinson Álvarez, viabilizaram a disputa do 1º Campeonato Sul-americano de Campeões, em 1948, na cidade de Santiago.

Em 1958, o novo Presidente da Confederação Sul-americana de Futebol era o brasileiro, José Ramos de Freitas, quem iniciou as conversas junto às Associações da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, afim de discutir o futuro da entidade. Após diversas reuniões com os dirigentes desses países, a ideia do torneio continental ganhou força, sendo oficializado mais tarde, 1959, sob o nome de Copa dos Campeões da América, durante um congresso realizado em Caracas.

Santos campeão da Libertadores 1963

DIVERFUT - Julho 2024

Libertadores da América

Quando tudo começou

Em sua edição inaugural em 1960, a Copa dos Campeões contou com a participação de sete equipes campeãs nacionais: San Lorenzo da Argentina, Bahia do Brasil, Universidad de Chile do Chile, Millonarios da Colômbia, Jorge Wilstermann da Bolívia, Olimpia do Paraguai e Penharol do Uruguai. O primeiro jogo da competição, disputado entre Penharol e Jorge Wilstermann, ficou na história com uma goleada de 7 a 1 para os uruguaios.

O Penharol, sagrou-se bicampeão nas duas primeiras edições, consolidando sua posição como uma das principais forças do futebol sul-americano. No entanto, foi em 1962 que a Copa Libertadores ganhou projeção internacional, com a conquista do Santos, liderado pelo eterno Rei Pelé. O time brasileiro, conhecido como "Os Santásticos" ou "O Balé Branco", superou o Penharol na final, encerrando a hegemonia uruguaia.

Duas década de domínio Argentino

As décadas de 60 e 70 foram marcadas pelo domínio argentino, na já renomeada Copa Libertadores da América. Clubes como Independiente, que até hoje é o clube mais vitorioso da competição, Estudiantes e Racing acumularam cinco títulos nas primeiras dez edições do torneio. O Uruguai, com o tricampeonato do Peñarol, também se destacou. O Brasil, com o bicampeonato do Santos, liderado por Pelé, completava o trío de potências.

Campeões da década de 1970

Campeões da década de 1960

Cartaz da Competição

Já na década de 70, a Argentina ampliou seu domínio, com sete títulos conquistados. No entanto, o Paraguai, com o Olímpia, quebrou a hegemonia dos três países mais tradicionais, conquistando seu primeiro título em 1979. Brasil e Uruguai, com Cruzeiro e Nacional, respectivamente, também conquistaram um título cada nesse período.

O maior campeão e os últimos titulos uruguaios

Os anos 80 consagrou diversos campeões históricos da Copa Libertadores da América. Nacional do Uruguai, Flamengo com sua geração de ouro, Peñarol, Grêmio, e o Independiente estabelecendo um novo recorde de títulos, mostraram a força do futebol sul-americano.

A década começou com a alegria do torcedor do Nacional-URU, que após nove anos de sua primeira conquista, voltava a subir ao mais alto do pódio Sul-Americano, vencendo o Internacional-BRA. Seu maior rival, o Penharol-URU, venceu as edições de 1982 e 1987, e viu no ano seguinte, a taça retornar ás mão do Nacional-URU, sendo estes os últimos títulos das equipes Uruguaias na competição.

Em 1981 foi a vez dos rubronegros, o Flamengo-BRA, que contava com estrelas como Zico, Júnior, Leandro, Adílio, Nunes, Tita e Carpegiani; faturou sua primeira Libertadores, batendo o Cobreloa do Chile na final. Outro brasileiro a conquistar a "Gloria Eterna" foi o Grêmio, que em 1983 bateu no segundo jogo, o tradicional Penharol-URU, no antigo Estádio Olímpico em Porto Alegre, por 2X1.

Após o título do Grêmio, a Argentina dominou o torneio por três anos consecutivos. Em 1984,  o incrível Independiente-ARG, vencería sua sétima Libertadores, consagrando-se como maior vencedor da competição até hoje. Já no ano seguinte, sería eliminado nas semifinais, por um surpreendente  Argentinos Juniors, time até então considerado de menor expressão no futebol Argentino. Esse mesmo Argentinos Jrs. derrotaria o América de Cali mais tarde, e se consagraria campeão da edição de 1986.

No final da década, o continente vería o primeiro time colombiano se coroar campeão da américa. O Atlético Nacional-COL, foi também o primeiro time da costa do pacífico a ganhar a competição, e de quebra, pôs fim ao domínio exercido pelo trio Argentina, Brasil e Uruguai no decênio.

Campeões da década de 1980

O alto do pódio Sul-Americano